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Aos teus pés

Posted by Juca on quinta-feira, novembro 27, 2008 in ,
Esta é mais uma contribuição dela, a Moça do Sonho. Obrigado, Du! rose
Crédito: Google Imagens
Aos Teus Pés
Assim,
aos teus pés,
não tenho nada a oferecer
além do meu amor exagerado
além das minhas próprias palavras
além dos temperos da minha cozinha
Aos teus pés,
Sou toda manha e afeto
sou abandono nos teus abraços
sou cheiro de maresia
sou poesia na letra da tua canção
sou mãos delicadas, beijos nervosos...
Assim,
quero minha alegria contagiando a tua
quero meu desejo compartilhado ao teu
quero saliva,
suor,
sentidos...
Quero teus sabores.
(Dulce Miller -  26/11/2008)

Breve Biografia:
du
Nasci numa cidadezinha minúscula escondida no mapa (Vargem dos Bugres), lá em Santa Catarina, pertinho de Brusque, em 1969. Mas desde que me conheço por gente estou em terras gaúchas, mais precisamente em Porto Alegre, onde me criei e passei os melhores anos da minha vida.
Hoje moro na região metropolitana de POA, na cidade de Gravataí. Sou Técnica em Enfermagem do Trabalho e gosto muito do que faço. Não fiz faculdade por falta de recursos, mas se tivesse feito, hoje com certeza eu seria psicóloga, esse sempre foi meu sonho! Quem sabe um dia, né?
Adoro fotografia e saio por aí fotografando qualquer coisa, é quase um vício! Também adoro cozinhar, estou sempre testando receitas novas e sempre encontro alguém que queira ser minha cobaia! (risos)
Ah, e eu nasci respirando música, não posso viver sem ela, mas minha maior paixão mesmo é escrever e é por este motivo que tenho um blog!

PS: Post publicado originalmente aqui: Lavanderia Virtual.

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Na Dança das Palavras

Posted by Juca on quarta-feira, novembro 19, 2008 in ,
Hoje o texto tem um "sabor" especial, pois foi escrito pelas minhas queridas amigas Du e Su.
Mas antes que você inicie a leitura, elas pedem um favor especial: clique no player logo abaixo. Boa leitura, boa viagem! islandairplanerainbow
Na Dança das Palavras
O encanto, a liberdade e o brilho são seus e se misturam em você, e eles a deixam leve e esta mistura transforma-se em brisa que espalha o cheiro das palavras e das emoções que a cada segundo são escritas.
É com beleza que as palavras correm com o vento e realizam o milagre da aproximação das mentes e dos corações que estão por aí, mas que também estão em mim, traduzidos pelos teus verbos e substantivos, infestados de sentimentos.
São sentimentalidades que brotam em corações desertos, transformando-os em oásis de pura alegria e contentamento. Naquele silêncio que só  você pode sentir, na música que toca como brisa suave que anda vagarosamente, surgindo em sua respiração e envolvendo naquela busca constante de formar canções em palavras concretas que parecem flutuar quando dedilhas  na vontade de escrever. Não tem  forma, nem frases feitas  nem destino e parecem  estar perdidas nos seus significados e em colocações confusas... E no vai e vem das letras o vento mistura  no céu nuvens que descrevem poemas, flores que cantam, pássaros que perfumam e ondas que transpiram luz.
Eu me perco na sua poesia e me encontro nas suas incertezas, que por muitas vezes são minhas também, numa sintonia quase calada,  velada de odores e sentidos, capaz de transformar qualquer fraqueza e dor em alegria que transpira afeto. Te vejo sempre onde não posso enxergar, te sinto na canção que me toca e nas nuvens que se afastam abrindo o céu azul, muito azul, me deixando inebriada de sensações mágicas de ilusão. E as palavras percorrem minhas veias como sangue que pulsa dando vida a idéias e letras que simplesmente jorram pelos dedos, que misturadas ao azul se transformam em aquarelas vivas que transmitem sentimentos.
Como  o sorriso sincero de uma criança,  as letras se unem em um infinito que eu tento traduzir mas não consigo. E então descrevo sentimentos que não têm verbos nem traduções, têm apenas colocações verdadeiras que nos transformam em pequenas seguidoras de poesias e músicas, em palavras que dançam no ritmo das batidas dos nossos corações.
Crédito: Imageshack
(Texto escrito a quatro mãos por Susana Martins (Entre Marés) e Dulce Miller (A Moça do Sonho). Uma breve homenagem às palavras!)
Breve biografia das autoras:
Dulce Miller:  
Dulce Miller
Nasci numa cidadezinha minúscula escondida no mapa (Vargem dos Bugres), lá em Santa Catarina, pertinho de Brusque, em 1969. Mas desde que me conheço por gente estou em terras gaúchas, mais precisamente em Porto Alegre onde me criei e passei os melhores anos da minha vida. Hoje moro na região metropolitana de POA, na cidade de Gravataí. Sou Técnica em Enfermagem do Trabalho e gosto muito do que faço. Não fiz faculdade por falta de recursos, mas se tivesse feito, hoje com certeza eu seria psicóloga, esse sempre foi meu sonho! Quem sabe um dia, né?
Adoro fotografia e saio por aí fotografando qualquer coisa, é quase um vício! Também adoro cozinhar, estou sempre testando receitas novas e sempre encontro alguém que queira ser minha cobaia! rsrsrsrs
Ah, e eu nasci respirando música, não posso viver sem ela, mas minha maior paixão mesmo é escrever e é por este motivo que tenho um blog!
Suzana Martins:
Suzana Martins
Nasci em Itamaraju (sul da Bahia), cresci em Vitória da Conquista (sudoeste baiano), estudei no Rio de Janeiro  e atualmente estou em Porto Seguro na Bahia mais precisamente onde começou o Brasil. É aqui que eu tenho me dedicado as transformações da minha vida, é onde eu me divirto, onde eu choro, onde vejo o mar e onde aprendi a voar. Já passei por muitos lugares no Brasil, já conheci muita gente e por onde passo sei que deixo saudades, da mesma maneira que sinto. Acho que meu nome deveria ser SAUDADE, é o que sinto de tantas pessoas, de tantos lugares, sinto falta até de lugares que nunca fui... Só sei que sinto saudades. Creio que essa vontade compulsiva que eu tenho de escrever seja fruto dessas saudades, dessas vontades e da inspiração de cada lugar por onde eu passei. Gosto de sentir a poesia correndo pelo corpo... qualquer imagem, gesto, música, sorriso torna-se motivo para escrever, amo essas sensações e são elas que me inspiram, transformando a minha vida em uma grande canção poética.

PS: Post publicado originalmente aqui: Lavanderia Virtual.

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Jake & June (ou: Outra história de dias chuvosos)

Posted by Juca on quinta-feira, outubro 23, 2008 in ,
Crédito: Zaroio.
Antes de iniciarmos, devo deixar claro que se trata de um conto de ficção.
Esta é a história de Jake e June. Não a história completa, claro. Afinal, não vou contar como eles se conheceram, tornaram-se bons amigos e eventualmente se apaixonaram. Não, de jeito nenhum. Vou apenas descrever superficialmente os personagens e relatar o fim de sua história (pelo menos, até onde eu saiba, é o fim).
Jake sempre foi um homem de poucos amigos e menos amores ainda. Totalmente averso à sociedade, até mesmo estranho a ela. Sabe-se que entre os poucos que ele possa chamar de amigos estão aquelas pessoas que você se queixa a Deus por não ter conhecido. Seus amores nunca foram simples "amores"; eram, em verdade, Amores, assim, com "A" maiúsculo mesmo. Talvez até mesmo AMORES, usando todas as letras capitulares. Poucas mulheres ele amou e com menos ainda chegou a se envolver. Dizem que Jake não tinha dores-de-cotovelo e sim dor-de-corno, pois seu sofrimento toda vez que lhe era negado o que queria, parecia mais como alguém que descobre que está sendo traído pela mulher que, duas horas antes, lhe fez juras de eterno amor pelo telefone. Talvez Jake simplesmente gostasse de sofrer, achasse isso estiloso, sei lá. A conquista e perda de June na mesma noite causou-lhe tamanha dor, tão profunda depressão que ouso dizer que ele sofreu tanto quanto João 8 ao perder Eleinad. E olha que sou amigo de João 8, sei que esse fato já data mais de dez anos e ainda hoje, quando chove, uma lágrima sutil escorre solitário de seu olho esquerdo em memória a ela. Escorre, solitária, sem deixar sinal de que por lá passou, exceto pelo ar de melancolia que domina todos os que já presenciaram tal cena. Jake perdeu June semana passada. E parece carregar toda a dor do mundo em suas vísceras.
June, muito mais jovem que Jake, exala aquele ar de boa moça difícil de se sentir hoje em dia em alguém, seja esse alguém velho ou uma menina de cinco anos de idade. Criada sob preceitos que já eram arcaicos e já beiravam o desuso quando Jake era jovem, ela cresceu temente a Deus e aos pais. Mais aos pais do que a Deus, ouso dizer. Zelosa, estudiosa, trabalhadora. Típica menina que você iria querer ter como filha, embora eu ache que não fosse ser uma boa namorada, se é que me entendem. Ah, vá lá! Você que está lendo isso pensa mais ou menos como eu e Jake, que mulheres devem ser MULHERES, independentes, decididas e corajosas. Que devem ter iniciativa. Que devem demonstrar sua feminilidade na maneira como nos amam e não na maneira como nos são submissas. June, até onde posso inferir, era submissa. Sempre à espera do comando paterno. Sempre com homens mais velhos (embora sempre arrependida, pois isso desagradava ao pai), sempre com amigas mais velhas. Sempre numa posição de relativa inferioridade para que sempre houvesse quem pudesse lhe dizer o que fazer e como fazer.
Acho que não descrevi Jake suficientemente. Para completar o quadro basta dizer que ele sempre foi boêmio. Talvez até viciado em cerveja e barzinho, como diriam alguns. Na verdade, Jake só fez amigos ao começar a beber e só conheceu mulheres após beber com elas. Ah, como ele as conheceu! Não apenas de corpo, ele diria até que chegava a compreender o que elas pensavam (ledo engado! Compreender uma mulher é o mesmo que tentar represar o mar). Assim sendo, é difícil acreditar que ele possa ter se apaixonado por June. Mas isso aconteceu. E June, aquela "santinha", se apaixonar por Jake, "aquele cafajeste", como diria seu pai, é bem mais improvável. Mas mesmo assim aconteceu.
Aconteceu também de esse ser um amor impossível. Jake sempre assumira o que sentia por ela, mas June jamais dava uma resposta direta. Um dia marcaram para se encontrar e discutir isso a sério.
Nesse dia, Jake calçou seu chinelo de dedo mais bonito (embora menos confortável) um short mais-ou-menos (único que tinha limpo no dia), uma camisa de linha que todos julgam bonita, exceto ele. Pra completar, usou o perfume importado do tio e pegou emprestado, sem pedir, o anel mais caro de seu pai (um homem pobre, mas apreciador de jóias). June, por sua vez, aguardava em casa, aparentemente tranqüila. Tinha acabado de tomar banho e se vestir quando ele chegou: usava um vestido nem longo, nem curto, desses que não revelam nada sobre as reais intenções da mulher. Sorria um sorriso sem graça, tímido. Daquele tipo de sorriso que as mulheres costumam dar quando um homem fala sobre algo que não entendem ou quando estão desconfortáveis na situação atual e não querem demonstrar.
Enfim, saíram juntos, para conversar. Jake, embora embasbacado com a beleza de June (que nem era tão bela assim, mas vocês sabem como é ridículo um homem apaixonado...), o coração levemente fora de ritmo, foi direto: perguntou, ao término do segundo copo de soda limonada o que June sentia.
Aqui cabe uma pausa para explicitar o ambiente. Saíram da casa de June por uma ruazinha de pedra, dessas que hoje em dia são difíceis de se encontrar e foram sentar num banco de praça. Cena ridícula, eu sei, mas ela era extremamente jovem e infantilizada e ele apaixonado, fazer o quê? Claro que começou a chover. Alguém aqui já viu uma história de amor ou uma cena triste que não tivesse aquela chuvinha fina e constante ao fundo? Pois é, bastante clichê, mas chovia no início. Assim, foram pra um restaurante, onde poderiam se abrigar da chuva e conversar sem serem ouvidos, embora estivesse cheio e sentassem na entrada. A velha e boa técnica de "esconder-se no meio da multidão". Lá, tocava Zeca Baleiro no início. Depois Toni Braxton e Joan Osborne. Deve ter tocado outras coisas, mas Jake não lembrou/não quis relatar. Sim, lá ventava muito, estava razoavelmente frio, mas Jake ainda achava que poderia tomar algumas cervejas se a conversa não necessitasse dele sóbrio.
June tremia. Dizia ser de frio, embora eu afirme que fosse de nervosismo. Durante hora e meia (tempo para secar 600ml de refrigerante), enrolou. Ao saírem, disse que Jake já sabia a resposta, embora a mesma não tenha sido dita. Não verbalmente, pelo menos. Ela veio na forma de um beijo que parecia não querer sair. Um beijo com emoção, desses que quem dá enche os olhos de lágrimas. Um beijo pouco experiente, desses que estralam baixinho quando os lábios se separam e que as línguas mal se unem. Mas ainda assim um beijo. E que beijo! Jake ficou tão emocionado que não conseguiu manter mais a voz monocórdica que usava quando queria falar sério, aquele tipo de voz que inspirava confiança absoluta no que se fala. Na verdade, após esse beijo, houve um tempo sem que nenhuma palavra fosse dita.
Finalmente, com uma voz rouca, trêmula, daquelas que parecem se arrastar pela garganta pesadamente antes de sair, Jake expressou o que todos sabiam, mas não admitiam: que eram e continuariam sendo impossíveis.
"June, eu te amo. Mas te amo tanto que dói até falar disso. Ao te abraçar e sentir teu cheiro, percebo que não quero sentir jamais nenhum odor artificial de perfume algum. Teus lábios para mim são como a entrada para o paraíso. E teu corpo, colado no meu, acende um fogo diferente. Não, amor, não me olhe assim. Não é o fogo do desejo sexual que se apodera de mim... É algo sublime, perfeito, quase divino. É o fogo da vida, aquela sensação de finalmente ter descoberto que minha função neste mundo nada mais é que te amar e tentar te fazer feliz... Porra, te amo tanto que chego até a ficar meloso como menino de quinze anos! Mas June, querida, uma coisa que percebi é que você tem razão: somos impossíveis. Completamente. Teve coragem de me beijar, de chorar no meu ombro e me fazer chorar, mas não ousou dizer que gosta de mim, embora eu tenha passado horas perguntando isso. Se não teve coragem de me dizer que gosta de mim, como contará para sua família que está com o perdido? Vê como seria difícil? Incrível, June (voz bem mais rouca, engasgada. Sinal de que está chorando ao falar), mas hoje, após tanto tempo, percebi o quanto nos amamos e o quanto poderíamos ser felizes. (longa pausa. Recomeça com a voz bem mais baixa, já sem engasgos). Percebi também que fomos fadados a falhar, a sofrer e o quanto somos diferentes. Como você diria, Impossíveis."
Sei lá se essas foram suas palavras exatas. Só sei que depois disso ambos choraram mais um bocado, se abraçaram e novamente trocaram beijos. Jake foi deixar June em casa e, pela primeira vez na noite, sentiu frio. Não o frio do tempo, do clima. Mas um frio muito pior: o frio de sua alma. A dor que dele emanava era quase palpável.
Sentaram ambos na calçada, June, com a cabeça entre os joelhos, nada falava. Jake, prendendo a respiração (pois era mais fácil prendê-la do que arriscar respirar como alguém que acabou de chorar e queria voltar a fazê-lo), alisava levemente, com dois dedos apenas, o médio e o indicador, seus cabelos. Sentia algo meio impossível de se descrever, que só aumentou quando segurou na mão dela e começou a acariciar o braço. Sei lá, imaginem um choque leve, desses que apenas eriçam os pêlos, mas que podem ser captados pelo sistema nervoso. Um choque fraco, incapaz de causar mal ao organismo, mas ainda assim capaz de gerar uma reação parecida com o consumo de algumas espécies de psicotrópicos.
Novo abraço, poucos beijos, várias lágrimas suspensas e Jake se despede de June, prometendo sempre ser amigo dela e jamais repetir tal cena. Jake sabia que mentira. Ele não iria ser amigo dela. Iria sumir, ir pra longe, alistar-se na legião estrangeira, ou em qualquer milícia, apenas para não precisar pensar sobre como seria a vida se a tivesse sempre em seus braços.
E quanto a June, vocês me perguntam? Não sei e nem quero saber. Uma mulher que faz um amigo meu sofrer em uma semana o mesmo que João 8 passou em dez anos não me interessa. Espero que sofra bastante e perceba o quanto perdeu.
-- Paracelso de Antígona,
cronista, amigo de Jake e
organizador das inúmeras
notas que um dia comporão
o "Livro Sagrada do Cara"
P.S.: talvez esse conto não seja totalmente ficcional. Poderia ter acontecido comigo, contigo ou algum amigo teu. Afinal, quem não conhece história similar, passada numa ruazinha de pedra, entre dois amigos que descobriram ser mais que amigos e regados pela chuva? Talvez seja ficcional, mas eu a tenha copiado de algum canto. Ou talvez seja real a história, os fatos em si, mas o narrador que a conta não passe dum devaneio de uma mente superior, sendo ele o único elemento não-real daqui...
-- Paracelso de Antígona,
após sua dose diária de
ópio, duvidando de sua
própria existência.
João Octávio era apenas mais um rapaz sem nada que o diferenciasse dos outros: liso, morava com a avó e os tios, gostava de quadrinhos, animação japonesa e informática. Tinha um gato de estimação e nenhuma namorada. Se achava "o cara" mas era tímido pra caralho. Em suma, era um cara chato, de poucos amigos, que na verdade só eram "amigos" para poderem copiar a tarefa de matemática que ele sempre resolvia.
Mas um dia as coisas mudaram. Sua avó, que mais parecia a Tia May do homem-aranha, lhe comprou um computador financiado pelo programa "click com a gente". Ele se inscreveu no IG, que na época prestava. Descobriu o Google e os sites de putaria. Isso o deixou ainda mais introvertido e anti-social.
Então, numa noite bastante típica, as coisas realmente mudaram. (...) Tais leituras, principalmente as que compõem o assim chamado "livro sagrado do cara", fizeram com que ele se tornasse o ser que hoje conhecemos. Perfil completo...


PS: Post publicado originalmente aqui: Lavanderia Virtual.

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Procuram-se novos poetas ou cronistas

Posted by Juca on segunda-feira, outubro 13, 2008 in , ,
Crédito: Google Imagens

Onde estão os novos poetas?

Sem conseguir figurar entre os nomes de grandes editoras, muitos dos jovens autores de poesia encontram abrigo na internet e em pequenas casas editoriais. Essa nova geração parece enfrentar o mesmo problema das anteriores: ter de trilhar caminhos alternativos para divulgar sua arte

Por Sheyla Miranda
Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, mestres da poesia brasileira e nomes-chave do movimento modernista, são apostas editoriais até hoje. Para o final deste ano, por exemplo, a editora Record projeta uma reunião de poemas sobre o Natal e a época de fim de ano assinados por Drummond. Segundo a diretora da Record, Luciana Villas Boas, investir em uma obra de Drummond é um ótimo negócio editorial, porque vende. E muito. Mas, no que se refere à edição de poetas inéditos, o cenário não é tão favorável: "O livro de poesia dificilmente vende quantidades expressivas, a ponto de justificar a publicação. Colocar no mercado nomes desconhecidos é praticamente impossível do ponto de vista econômico", explica Luciana.
De que modo se organizam, então, os novos poetas? Em parte, como faziam na década de 1970 e até mesmo antes, quando autores iniciantes trabalhavam em edições caseiras, que eram enviadas às editoras ou vendidas de porta em porta. Alguns autores contemporâneos persistem na auto-edição, mas a maioria migrou para empresas de pequeno porte, que se proliferaram nos início dos anos 80 e hoje são pólos fundamentais de divulgação do trabalho dos poetas.
Mariana Ianelli, poetisa paulistana que publicou o primeiro livro em 1999, aos 20 anos, é exemplo desse movimento. Vencedora do Prêmio da Fundação Bunge para Poesia 2008 e considerada uma das mais talentosas escritoras da nova geração, a autora publicou seus cinco livros pela Iluminuras. "Tive o privilégio de apresentar meu livro a um editor que confiou no meu trabalho sem a prerrogativa do 'sucesso de venda', ou seja, alguém que apostou na poesia, independentemente do seu êxito ou fracasso comercial", relata Mariana.
Para ela, a importância dessas pequenas editoras para poetas iniciantes é indiscutível, já que muitos nomes publicados pela Iluminuras ou pela carioca 7Letras foram mais tarde encampados por empresas de maiores, quando se tornaram conhecidos do público. Frederico Barbosa, poeta, editor de livros e diretor do centro cultural Casa das Rosas, de São Paulo, também destaca a importância dessas casas, mas levanta a seguinte questão: "Ainda hoje, mais de 80% dos livros de poesia publicados são financiados pelo próprio autor. Algumas editoras até publicam, mas quem paga o investimento é o poeta. Isso é um grande mal, porque gera um problema de distribuição. A editora, que não financiou a obra, não paga para que seja distribuída".
Em alternativa a esse quadro, tanto Frederico quanto Mariana apontam a internet como o principal caminho para que os poetas levem a público suas criações. "A internet pode suprir o descrédito por parte das grandes editoras. Para quem está começando, talvez seja mais do que uma simples estratégia de veiculação, já que facilita o debate, a troca de impressões", opina Mariana. Para Frederico, há tempos a  rede se tornou, de longe, a melhor forma de divulgar poesia. "É um ambiente democrático tanto para quem quer mostrar seu trabalho quanto para os que estão interessados em poesia".
Mesmo com o grande alcance dos blogs e das revistas eletrônicas, alguns escritores consideram imprescindível que seu poema seja impresso. Citada por Mariana, a poeta Débora Tavares, que mantém uma página há anos, nunca conseguiu reunir seus poemas em uma publicação tradicional. É também o caso da poeta Valéria Tarelho, uma escritora "impressionante,  dessa leva de poetas que usam a internet como meio de divulgação", conta Frederico, que descobriu a autora navegando pela rede. A internet funciona, portanto, como mais um recurso para que as carreiras dos jovens poetas continuem a ser construídas como no passado: por vias alternativas, à margem do grande mercado editorial.

Então, faço a pergunta: você é poeta ou cronista? Como tem feito para divulgar seu trabalho?
Gostaria de abrir um espaço aqui no meu blog para divulgar novos talentos. Basta enviar seu trabalho para o email de contato da Lavanderia Virtual (este aqui:Email de contato!), com os seguintes dados:

  • Nome do Autor

  • Título

  • Texto

  • Endereço do Blog/Site (caso não possua, pode-se deixar email para contato pelos leitores)

  • Breve biografia autoral e foto (para que os leitores possam conhecer um pouco mais sobre o autor)

  • Autorização para publicação aqui no blog.
Acho que estes dados são suficientes. É isso! Bom, aviso desde já que não sou poeta, mas adoro poesias. Então, o que está esperando? Mãos à obra, ou melhor, à caneta, teclado etc. Vamos espalhar arte pela blogosfera! smile_wink

PS: Post publicado originalmente aqui: Lavanderia Virtual.

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